As intensas chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira (26/4) continuam a provocar tragédias, impactos materiais e problemas para os residentes. A cada atualização divulgada pela Defesa Civil estadual, os números de vítimas e danos causados pelos eventos climáticos, incluindo alagamentos, deslizamentos, inundações e enxurradas, aumentam drasticamente.
Entre o primeiro e o segundo relatório emitido nesta sexta-feira (3/5), o número de mortes confirmadas subiu de 31 para 37, enquanto os feridos devido aos efeitos das chuvas aumentaram de 56 para 74 pessoas.
O total de afetados permanece estável em 351.639, assim como o número de cidades impactadas (235) e de pessoas desaparecidas (74). No entanto, o número de desalojados, indivíduos obrigados a deixar suas residências em busca de abrigo com parentes, amigos ou locais de hospedagem, aumentou significativamente de 17.087 para 23.598 entre os dois boletins divulgados no dia.
Atualmente, pelo menos 7.949 pessoas sem opção de moradia ou transporte permanecem alojadas em abrigos públicos ou oferecidos por entidades de assistência. Prevê-se que o próximo relatório seja divulgado ainda hoje, no final da tarde.
Devido ao aumento do volume de água e ao nível elevado dos rios, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) interditou as duas pontes sobre o Lago Guaíba e a ponte sobre o Rio dos Sinos para o tráfego de veículos. As chuvas também afetaram os serviços de telecomunicações, deixando órgãos públicos e residentes de várias cidades sem acesso a telefone e internet.
Uma barragem em Cotiporã, na Serra Gaúcha, rompeu parcialmente, enquanto outras 18 barragens estavam em estado de alerta ou atenção até ontem.
O tenente-coronel Darci Bugs Júnior, da Defesa Civil estadual, alertou sobre a previsão de pancadas de chuvas intensas até domingo (5/5), com acumulados em algumas cidades já ultrapassando os 400 milímetros nas últimas 72 horas. Ele destacou o aumento do risco de movimentos de solo e desmoronamentos, especialmente na região do Planalto Alto Uruguai, devido à elevação do Rio Uruguai acima do nível de transbordamento. A população foi orientada a tomar todas as precauções necessárias e evitar deslocamentos desnecessários devido às condições críticas das estradas.