Uma doença viral altamente contagiosa, identificada como cinomose, causou a morte de pelo menos 100 cães no município de Medeiros Neto, no sul da Bahia, entre agosto a última terça-feira (10/9). A doença, que costuma afetar filhotes, pode levar ao óbito dos animais em poucos dias.
Segundo Armando Leal do Norte, secretário de Agropecuária e veterinário, a situação é grave e a disseminação da doença é mais frequente durante o inverno, agravada pela aglomeração de cães de rua e pelo cio das cadelas. “Com isso, há mais chance de disseminação da doença”, explicou.
Armando Leal destacou os sintomas iniciais da cinomose, que incluem apatia, perda de apetite, secreção ocular e nasal, respiração ofegante e diarreia. Diante de suspeitas, é recomendado realizar um teste rápido para confirmar o diagnóstico. No entanto, ele alertou que o tratamento é longo, caro e, muitas vezes, pouco eficaz, o que explica o alto número de óbitos.
A solução mais eficaz é a prevenção por meio da vacinação. “A vacina múltipla precisa ser aplicada anualmente em cães adultos e, nos filhotes, a partir dos 45 dias de vida”, ressaltou o secretário. Ele também destacou que manter os animais confinados em casa não é suficiente para evitar o contágio.
Casos suspeitos de cinomose também foram registrados nas cidades vizinhas de Lajedão, Ibirapuã e Vitória da Conquista. A doença ataca o sistema nervoso dos cães, e, uma vez contraído o vírus, as chances de cura são baixas, especialmente em estágios avançados, quando provoca desorientação e crises convulsivas.
Causada pelo vírus da família Paramyxovirus, a cinomose não é transmissível aos humanos. A transmissão ocorre entre os cães por meio de secreções dos olhos, nariz ou pela urina. A principal causa de contaminação é a falta de vacinação ou o atraso na atualização das vacinas dos animais.