A delegada Patrícia Neves Jackes Aires, da Polícia Civil da Bahia, foi encontrada morta na madrugada deste domingo (11/8) após um suposto sequestro na BR-101, próximo a Sapeaçu. De acordo com informações preliminares, Patrícia estava em seu veículo acompanhado de um homem quando foi abordado por dois indivíduos armados. O homem que estava com ela foi posteriormente abandonado na BR-324 e obteve ajuda, informando que a delegada havia sido levada pelos sequestradores.
A partir dessa informação, a Polícia Civil iniciou uma operação de busca que levou à localização do veículo da delegada, um Jeep Renegade branco, em uma área de mata na BR-324, próximo a São Sebastião do Passé.
No interior do carro, Patrícia foi encontrada sem vida. Durante as investigações, surgiram alegações de que o crime pode ter ocorrido na residência da delegada, em Santo Antônio de Jesus, onde foram encontradas manchas de sangue. A hipótese é que o sequestro tenha sido premeditado para desviar o foco das investigações.
Patrícia Jackes era responsável pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher em São Felipe. O companheiro da delegada, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, é considerado o principal suspeito do crime. As circunstâncias exatas e a motivação ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
Tancredo possui um histórico criminal que inclui agressões e exercícios ilegais da medicina. Em maio deste ano, ele foi preso por agredir Patrícia, sua namorada da época. Neste domingo (11), ele procurou a polícia alegando que ambos haviam sido sequestrados, mas as investigações não encontraram evidências que sustentassem essa versão. Em vez disso, Tancredo foi acusado de violência doméstica contra Patrícia. Além disso, ele estava sob investigação.

A Polícia Civil da Bahia emitiu uma nota de pesar nas redes sociais, destacando a trajetória da delegada ao longo dos últimos oito anos. “Patrícia tomou posse em 2016, sendo designada em seguida para a Delegacia Territorial de Barra. Posteriormente, serviu em Maragogipe e São Felipe, antes de ser lotada em Santo Antônio de Jesus, onde atuou como plantonista”, diz a nota.
A Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, lamentou a trágica perda. “Um dia de muita tristeza em nossa instituição, com uma trágica perda para todos nós. Estamos dedicando todos os nossos recursos e esforços para dar a resposta necessária a esse crime terrível contra Patrícia Jackes”, declarou.