Um moto taxista que atua no transporte por aplicativo foi vítima de um ataque por um indivíduo que se passou por cliente interessado na corrida, mas que, na verdade, tinha a intenção de cometer um assalto. O incidente ocorreu noite de terça-feira (08/08) durante o trajeto entre Salvador e Lauro de Freitas, municípios vizinhos. Até a manhã desta quinta-feira (10/08), o suspeito ainda não havia sido capturado.
A vítima, optando por não revelar sua identidade por receber medo de retaliações, relatou que deu início à corrida em uma área conhecida como Alto do Picuaia, em Lauro de Freitas. O certo passou informado que seu destino era o bairro da Boca do Rio, localizado na capital.
“Quando cheguei ao ponto de partida da corrida, ele estava parado em frente a um prédio. A corrida estava registrada em nome de uma mulher chamada Adriana. O passageiro era desconhecido e não suspeito de nada. Chegamos à região de Picuaia, onde havia apenas uma estrada de terra à frente. Eu parei a moto e expliquei que a estrada não continuou. Ele então me perguntou se eu estava armado e eu respondi que não”. “Ele me mandou parar a moto. Eu parei, desembarquei da moto e ele me mostrou a faca. Ele ficou o tempo todo com a faca na mão e segurando minha camisa“. conto a vítima.
A vítima relatou que implorava ao suspeito para que não cometesse nenhum ato grave, explicando que estava apenas realizando seu trabalho como moto-taxista.
“Ele então afirmou que queria sair da situação, não tinha intenção de fazer algo comigo, não planejava me roubar, mas estava preocupado que eu pudesse denunciá-lo. Ele mencionou que o lugar onde o pegou era a casa de sua mãe, que é missionária, e que estava sob o efeito de drogas. Eu repeti várias vezes que não tinha envolvimento com isso, que meu trabalho era como moto-taxista por aplicativo, e implorei que ele não fez nada comigo.” O suspeito pegou os pertencentes ao moto-taxista, mas após uma negociação, pensou em libertar a vítima. Apesar disso, o agressor então atacou o trabalhador com cinco fachadas, das quais ele conseguiu se defender.
“Ele me mandou deitar de bruços, afirmando que desapareceria no mato e eu nunca mais o veria. Eu obedeci. Ele me devolveu meus pertences, meu celular e a chave. Quando me deitei e coloquei o capacete à frente, foi nesse momento que ele se lançou sobre mim e começou a me esfaquear.” Em meio a essa luta, os dois voltaram a dialogar, e o moto-taxista expressou sua queixa porque o agressor havia prometido não fazer nada. O suspeito, então, tornou-se ainda mais violento.
“Ele disse: ‘agora tenho que acabar com você, porque você sabe onde minha mãe mora e pode me denunciar’. Foi aí que eu reagi com a faca, ele fugiu e entrei no matagal. Foi quando pedi ajuda.”
O moto-taxista pediu ajuda em um grupo composto por colegas que também seguiam no transporte por aplicativo. Esse grupo o conduziu até o Hospital Geral Menandro de Faria, onde recebeu suturas e tratamento.
A Polícia Militar informou que realizou buscas pelo suspeito, mas não o encontrou. No entanto, localizaram a motocicleta da vítima em uma área de mata. O caso será investigado pela Polícia Civil, por intermédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde será registrado.