O médico obstetra Luís Leite, de 52 anos, investigado por injúria racial contra uma auditora que prestava serviços para a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), foi encontrado morto em sua residência nesta quinta-feira (21/11), em Itabuna. As circunstâncias da morte ainda são desconhecidas.
De acordo com informações, familiares acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local. Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) foram chamadas para realizar perícia no imóvel. O corpo de Luís Leite foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por necropsia para determinar a causa da morte.
Luís Leite estava sendo investigado por injúria racial em um caso ocorrido em fevereiro deste ano. A denúncia foi feita por uma auditora negra, que relatou ter sido alvo de comentários racistas enquanto realizava auditoria na Maternidade Otaciana Pinto, onde o médico estava de plantão.
Segundo a vítima, o médico afirmou que ela era bonita por ter “sangue branco”. Em outro momento, teria dito: “Você já viu alguém com pele preta ser bonita assim? Então, afirmo que se você é bonita é porque tem sangue branco.”
O médico foi preso pela primeira vez em fevereiro, liberado após pagamento de fiança, e voltou a ser preso em outubro. Ele ficou detido no Conjunto Penal de Itabuna até 6 de novembro, quando foi solto por decisão judicial e passou a responder ao processo em liberdade.
A defesa de Luís Leite sempre negou as acusações, afirmando que o médico não dirigiu comentários diretamente à vítima, mas que teria feito um elogio a ela em conversa com um colega de trabalho.
A morte de Luís Leite ocorre em meio ao andamento do processo judicial, que ainda não havia sido concluído. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte, e novos detalhes devem ser divulgados após a realização da perícia.