A Polícia Civil da Bahia desencadeou, nesta quinta-feira (11/12), a Megaoperação Zimmer, uma das maiores ofensivas já realizadas contra o crime organizado no estado. A ação, coordenada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), resultou em 46 prisões e no bloqueio judicial de R$ 100 milhões pertencentes à organização criminosa investigada por tráfico de drogas, homicídios, crimes patrimoniais e lavagem de dinheiro.
Porto Seguro tem papel central na operação, com quatro prisões e apreensão de laboratório de drogas
Entre os municípios alcançados, Porto Seguro ganhou destaque ao registrar quatro prisões de integrantes ligados diretamente ao núcleo operacional da facção. Durante o cumprimento dos mandados, os policiais também descobriram um laboratório de drogas ativo na cidade, estrutura considerada essencial para o abastecimento da quadrilha na região sul da Bahia.
De acordo com os investigadores, o local servia para manipulação, fracionamento e preparo de diversas substâncias ilícitas, reforçando a importância estratégica de Porto Seguro dentro da engrenagem criminosa.
Outras prisões no estado e no país
Além das detenções em Porto Seguro, a operação fez presos nos seguintes municípios baianos:
23 em Salvador,
2 em Feira de Santana,
1 em Lauro de Freitas,
1 em Camaçari,
1 em Eunápolis.
Também houve capturas fora da Bahia:
1 em Aracaju (SE),
1 em Petrolina (PE),
2 no Espírito Santo (Novo Rio do Sul e Linhares),
10 em cidades do estado de São Paulo.
Arsenal, drogas e veículos são apreendidos
Durante a operação, os agentes desarticularam também um segundo laboratório de drogas, localizado no bairro de Stella Maris, em Salvador. No total, foram apreendidos:
2 fuzis, 2 armas de fogo e um simulacro;
Carregadores, munições e equipamentos de vigilância;
Computadores, cadernos de contabilidade do tráfico, balanças e prensa hidráulica;
Cocaína, maconha e drogas sintéticas;
R$ 35.400 em dinheiro;
30 celulares;
3 carros e 3 motocicletas;
Joias de alto valor.
Investigações alcançam outros estados e até rota internacional
O diretor do Deic, delegado Thomas Galdino, revelou que a facção possuía ramificações em diversos estados e indícios de atuação internacional. Segundo ele, suspeitos presos em São Paulo relataram que parte da droga seria enviada para Paris, na França.
O grupo também movimentava grandes quantias por meio de “laranjas”, empresas fantasmas e pequenos estabelecimentos usados para dissimular a origem dos recursos ilícitos.
Operação integrada
A Megaoperação Zimmer contou com o apoio de várias unidades das forças de segurança, como DIP, Denarc, DHPP, Depom, Depin, DPMCV, Core, COPJ, além da Superintendência de Inteligência da SSP-BA, Polícia Militar, Polícia Federal, Departamento de Polícia Técnica e Seap.
Todo o material apreendido será periciado e incorporado ao inquérito, que segue em andamento para identificar outros envolvidos.
