Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23/9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima semana. O encontro deve tratar das retaliações impostas por Washington contra o Brasil, em reação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump relatou que teve um breve contato com Lula nos bastidores da Assembleia. “Eu estava entrando quando o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, nos abraçamos e concordamos em conversar na semana que vem. Foram apenas uns 20 segundos de diálogo”, afirmou.
O norte-americano ainda disse ter sentido uma “química excelente” com Lula, a quem chamou de “um cara muito agradável”.
Fontes do governo brasileiro confirmaram a reunião, mas não esclareceram se será presencial ou por telefone.
Tarifas e tensões diplomáticas
A aproximação ocorre em meio à crise nas relações bilaterais, marcada pela imposição de tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros. As medidas foram anunciadas em julho, após Trump alegar que o Brasil estaria perseguindo adversários políticos e desrespeitando direitos humanos, em referência a processos envolvendo Jair Bolsonaro.
No mesmo discurso na ONU, o presidente dos EUA voltou a criticar o Judiciário brasileiro, acusando-o de promover “censura, repressão e corrupção judicial”. Segundo ele, as tarifas são uma resposta a essas supostas violações.
Apesar das críticas, Trump ressaltou que gostou da postura de Lula e sinalizou disposição para o diálogo: “Eu só faço negócio com pessoas de quem gosto. Em menos de um minuto, tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, comentou.
Essa será a primeira reunião direta entre Lula e Trump desde o início do “tarifaço”. Em julho, ao anunciar as sanções, Trump enviou uma carta oficial ao governo brasileiro detalhando a medida, mas garantiu a exclusão de cerca de 700 itens da lista, incluindo suco de laranja, combustíveis, aeronaves civis e alguns tipos de madeira e metais.
Na época, o líder americano chegou a afirmar que Lula poderia procurá-lo “quando quisesse”. Agora, a confirmação do encontro abre uma nova etapa nas negociações entre os dois países, em meio ao impasse comercial e político.
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