Sete trabalhadores rurais, entre eles três indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, foram resgatados de uma situação degradante que caracterizava trabalho análogo à escravidão em uma fazenda localizada na zona rural de Guaratinga, no extremo sul da Bahia. A operação foi realizada pela Delegacia Territorial de Itabela após o recebimento de uma denúncia anônima.
De acordo com informações da Polícia Civil, os trabalhadores enfrentavam jornadas de trabalho exaustivas, alojamentos sem condições mínimas de higiene, alimentação insuficiente e restrições à liberdade de ir e vir. Um dos resgatados chegou a adoecer e só teve acesso a atendimento médico graças à solidariedade de um colega, que custeou o transporte trocando sacas de café.
As vítimas relataram ainda que produtos básicos, como alimentos, botas, luvas e garrafas térmicas, eram cobrados pelos empregadores, o que aumentava o endividamento dos trabalhadores. As passagens usadas para chegar até a fazenda também eram descontadas, impedindo que eles deixassem o local antes do fim da colheita.
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Os trabalhadores viviam em uma casa de madeira, com apenas dois quartos, sem banheiro e em condições extremamente insalubres. Após o resgate, foram levados à cidade de Itabela, onde receberam apoio humanitário, alimentação e transporte para retornar às suas cidades de origem.
O proprietário da fazenda não foi encontrado durante a ação, mas já foi identificado pela polícia. As investigações continuam para esclarecer os detalhes do caso e responsabilizar os envolvidos criminalmente.