Em uma assembleia realizada na ultima sexta-feira (19/7), investigadores, escrivães, peritos técnicos, criminosos, odonto-legais, médicos legistas e delegados decidiram suspender imediatamente as operações policiais e as medidas cautelares em todo o estado da Bahia.
A decisão, que permanecerá em vigor até 12 de agosto, data marcada para uma nova reunião da categoria, foi tomada em razão da “morosidade do Governo do Estado na negociação da reestruturação salarial”.
Os servidores alegaram que há uma defasagem salarial de 10 anos, com os profissionais recebendo a 26ª pior remuneração do país. Eustácio Lopes, presidente do Sindpoc, destacou que, apesar de os policiais civis terem alcançado um número recorde de prisões de líderes de facções de tráfico de drogas, as atualizações atuais não refletem a importância e o risco da função. “Saímos de casa para trabalhar e não sabemos se retornaremos”, afirmou Lopes.
Jorge Figueiredo, presidente do Sindicato dos Delegados (Adpeb), ressaltou a necessidade de valorização salarial e a redução do histórico fosso salarial entre as diversas carreiras da polícia. “Não adianta o Governo fornecer viaturas novas, se o policial tem que ir para casa de ônibus. Conheço um escrivão que ganha R$ 1.300 líquidos; como o Estado espera que o servidor se mantenha motivado para combater o crime organizado com esse salário?” questionou Figueiredo.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou que “as suspensões aprovadas não comprometem diretamente o atendimento realizado pelo Departamento de Polícia Técnica da Bahia”. Já a Polícia Civil afirmou que “aguarda a comunicação oficial do sindicato para se manifestar”.
A Assembleia Geral Conjunta foi promovida pelo movimento “Unidos pela Valorização dos Policiais Civis”, que reúne o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), o Sindicato dos Delegados de Polícia (Adpeb), o Sindicato dos Peritos em Papiloscopia (Sindpep ), o Sindicato dos Escrivães (Aepeb-Sindicato), a Associação dos Investigadores (Assipoc), o Sindicato dos Peritos Médicos e Odonto-legais (Sindmoba) e o Sindicato dos Peritos Criminais (Asbac). A reunião ocorreu no auditório do CECBA, na Costa Azul, e foi promovida por entidades de segurança pública baiana.
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