Uma professora de reforço escolar, Célia Regina Silva, de 65 anos, foi agredida pela família de um aluno de sete anos após relatar dificuldades com o comportamento da criança durante as aulas. O ataque ocorreu na última segunda-feira (17/03), no bairro do Resgate, em Salvador, e foi denunciado na Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deat).
De acordo com Andrea Regina Silva, filha da vítima, o menino começou a frequentar as aulas no início de 2025 e, inicialmente, demonstrava bom comportamento. No entanto, ao longo do tempo, passou a se recusar a realizar as atividades e reagia de forma agressiva às orientações da professora.
No dia 11 de março, após ser questionado sobre a tarefa, o aluno respondeu de maneira desrespeitosa e chegou a dar um tapa no rosto da idosa. Diante do ocorrido, Célia Regina comunicou a situação à mãe do menino e pediu uma reunião, que não foi atendida.
Uma semana depois, em 18 de março, a criança tentou gravar a professora com um celular, o que a deixou desconfortável. Ao chamar novamente a mãe do aluno para conversar, a mulher chegou acompanhada do padrasto e de uma tia da criança.
A partir desse momento, a situação escalou para a violência. Segundo o relato de Andrea Regina, o padrasto do aluno puxou a professora pelos cabelos para fora da residência, sem se importar com a presença de outras crianças no local. Em seguida, ela foi derrubada no chão e brutalmente agredida com chutes e socos pelo homem, pela mãe do menino e pela tia, que portava uma arma de choque.
“Se minha mãe tivesse sido atingida pelo dispositivo, que tem uma corrente de seis mil volts, ela poderia ter sofrido uma parada cardíaca na hora”, afirmou a filha. O ataque só cessou quando uma vizinha, que faz tratamento de hemodiálise, conseguiu intervir.
A professora recebeu atendimento médico e foi diagnosticada com hematomas por todo o corpo, além de uma lesão no pé. A família registrou um boletim de ocorrência e teme por novas agressões, já que os suspeitos seguem em liberdade e moram no mesmo condomínio. “Mesmo que houvesse qualquer desentendimento, nada justificaria essa violência. O que aconteceu foi uma tentativa de homicídio”, declarou a filha da vítima. A Polícia Civil investiga o caso.