A Polícia Civil realizou nesta quinta-feira (21/3) a 12ª fase da Operação Unum Corpus, cumprindo mandados de busca e apreensão em Eunápolis, Teolândia e Itagimirim contra investigados por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo o coordenador regional de Eunápolis, delegado Pedro Henrique de Oliveira, as investigações tiveram início em dezembro de 2023 com a prisão em flagrante de um homem por atuar como falso médico no Hospital Municipal de Itagimirim. Durante a apuração, foi identificado um segundo suspeito que também trabalhava na mesma unidade de saúde, com a anuência do diretor do hospital, que foi exonerado após a prisão do primeiro falso profissional.
O coordenador da 23ª Coorpin/Eunápolis acrescentou que uma terceira médica plantonista da mesma unidade hospitalar, junto com os dois médicos diretores, realizava trocas de plantões onde os falsos médicos trabalhavam em seus lugares e dividiam o valor pago pelo plantão. Em uma das situações, o prefeito da cidade foi atendido por um falso profissional, precisando retornar ao hospital no dia seguinte devido a uma má prescrição.
Além disso, as investigações identificaram um funcionário público do Hospital de Teolândia que mantinha contato com o primeiro falso médico, encaminhando-o para diversos hospitais do interior da Bahia onde poderia atuar como plantonista. A Justiça deferiu a suspensão da função pública do investigado junto à administração da Fundação Hospitalar de Teolândia.
O Poder Judiciário também proibiu os falsos médicos de frequentar hospitais e postos de saúde públicos, exceto como pacientes, de manter contato entre si e de mudar de endereço sem autorização judicial, além de determinar o comparecimento bimestral no juízo do seu domicílio para informar e justificar suas atividades.
Durante as buscas, documentos de um médico foram apreendidos em Eunápolis, enquanto no Hospital de Teolândia foram encontrados diversos prontuários médicos assinados pelo mesmo falso profissional preso em flagrante no ano passado. Um celular de um funcionário do hospital também foi apreendido.
A companheira do primeiro falso médico, que utilizava sua conta bancária para receber os pagamentos dos plantões, será indiciada por associação criminosa e lavagem de dinheiro.