A Operação Lava Jato completou dez anos, no domingo, (17/3) marcando a data da primeira das 79 fases de investigação que desvendaram o maior esquema de desvio de recursos públicos já registrado no Brasil.
Durante essa década, os brasileiros acompanharam de perto as buscas, apreensões e prisões conduzidas pelo então procurador da República Deltan Dallagnol e autorizadas pelo juiz Sergio Moro, que estava à frente da 13ª Vara Federal em Curitiba.
O trabalho incansável da Lava Jato na capital paranaense resultou na devolução de impressionantes R$ 4,3 bilhões à Petrobras, além da recuperação de R$ 111 milhões por meio de acordos de delação. Ao longo do período, foram realizadas 163 prisões temporárias e 553 pessoas foram denunciadas. No entanto, apesar dos avanços no combate à corrupção, os responsáveis pela operação enfrentaram desafios no Supremo Tribunal Federal (STF).
O desenrolar das investigações levantou questionamentos sobre a imparcialidade e motivação política da equipe da Lava Jato, especialmente após os acontecimentos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após algumas derrotas no STF, tanto Moro quanto Dallagnol deixaram suas carreiras na justiça para ingressar na política.
Em 2021, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba foi encerrada pelo então procurador-geral da República, Augusto Aras. Atualmente, os processos restantes estão sob responsabilidade do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).