Em uma mudança histórica, as Forças Armadas do Brasil anunciaram que, a partir do próximo ano, mulheres poderão se alistar voluntariamente para a carreira de soldado. A previsão é que as primeiras mulheres ingressem nas fileiras das Forças em 2026.
O alistamento feminino seguirá os mesmos moldes do serviço militar masculino, com duração inicial de 12 meses, podendo ser estendido até oito anos. Atualmente, das 360 mil pessoas que compõem as Forças Armadas, cerca de 34 mil são mulheres. A Força Aérea passou a aceitá-las em 1982 e o Exército em 1992, mas até agora, elas têm ocupado cargos específicos em áreas como saúde, logística e manutenção.
A novidade é que as mulheres poderão atuar diretamente na tropa, uma oportunidade inédita até então. Até agora, elas só podiam ingressar nas Forças Armadas por meio de escolas de preparação de oficiais, como a Escola de Saúde do Exército e o Instituto Militar de Engenharia, ou na Marinha, como fuzileiras navais.
Essa abertura para o alistamento feminino foi inspirada por uma experiência similar no Chile. Um grupo de trabalho foi criado para definir os procedimentos necessários para permitir a participação voluntária das mulheres no Serviço Militar.
O ministro da Defesa, José Mucio, sugeriu reservar 20% das vagas para mulheres, embora haja divergências sobre a implementação dessa cota. O Exército, a Marinha e a Força Aérea Brasileira (FAB) estão planejando a infraestrutura necessária, incluindo alojamentos femininos nos quartéis, para acomodar as novas recrutas.