Pela primeira vez em 18 anos, o Brasil identificou um caso autóctone de cólera, ou seja, um paciente que contraiu a doença dentro do país e não em viagens para áreas afetadas. O caso foi detectado em Salvador, Bahia, em um homem de 60 anos, conforme informou a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente em nota técnica.
O paciente não tinha histórico recente de viagens para países com ocorrência de cólera, nem havia tido contato com outros casos confirmados ou suspeitos. Ele apresentou sintomas como desconforto abdominal e diarreia em março, mas já está curado. Exames realizados em pessoas que tiveram contato com ele e nos profissionais de saúde deram negativo, descartando o risco de transmissão.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (CIEVS-BA) está conduzindo medidas preventivas e investigações adicionais, coordenando com entidades locais e nacionais. A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta, ingestão de água ou alimentos contaminados e contato de pessoa para pessoa.
A bactéria da cólera está presente na natureza e sua disseminação pode ser evitada com práticas de higiene pessoal adequadas e saneamento básico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que, de janeiro a março deste ano, 31 países registraram casos ou surtos da doença, principalmente na região africana com 18 países afetados.
O Brasil não registrava casos autóctones desde 2006, com apenas quatro casos importados de países com surtos no período. Os últimos casos autóctones ocorreram em Pernambuco entre 2004 e 2005.