O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) entrou com uma ação civil pública contra o Carrefour, em Itabuna, após apurações que revelaram denúncias graves de assédio sexual envolvendo funcionários da rede. O órgão pede uma indenização de R$ 20 milhões e cobra da empresa medidas efetivas de combate a esse tipo de prática em suas unidades.
As investigações apontam que um gerente da loja é acusado de cometer os abusos. Segundo relatos de trabalhadores, ele teria feito comentários sobre a aparência física de funcionárias, oferecido vantagens em troca de favores sexuais, além de toques não autorizados e perseguições dentro do ambiente de trabalho. Também há registros de mensagens e áudios enviados por redes sociais com conteúdo inapropriado.
Homens igualmente denunciaram condutas abusivas, relatando linguagem ofensiva e até contatos em regiões íntimas. As informações foram colhidas durante inquérito aberto no ano passado pelo MPT. Ainda de acordo com o órgão, o Carrefour demitiu o gestor acusado, mas não prestou amparo às vítimas nem tomou providências para prevenir novos casos.
A procuradora Carolina Novais, responsável pela ação, destacou que a empresa foi notificada para firmar um Termo de Ajuste de Conduta, mas se negou. “Além de se omitir, a diretoria optou por intimidar funcionárias e funcionários que denunciaram os abusos”, afirmou.
Na ação, o MPT pede não apenas a indenização milionária, mas também a criação de um programa nacional de combate ao assédio sexual, que deverá ser aplicado em todas as unidades da rede no Brasil.
Procurado, o Carrefour declarou repudiar qualquer tipo de comportamento abusivo, informou que possui canais internos para denúncias e disse que acolhe trabalhadores vítimas de assédio. A companhia alegou ainda que não pode comentar detalhes do caso porque o processo corre em segredo de Justiça.