O ano de 2024 foi marcado por constantes reajustes no preço do gás de cozinha (GLP) na Bahia. Ao todo, foram nove alterações, sendo o último aumento registrado no início de dezembro, quando o produto teve um acréscimo de 9,47% para as distribuidoras. Segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), o reajuste comprovado em uma elevação de R$ 6 a R$ 7 no preço final ao consumidor, com o botijão de 13 kg chegando a R$ 154 em Salvador e na Região Metropolitana.
A Acelen, responsável pela administração da Refinaria de Mataripe, justificou os reajustes com base em critérios de mercado. Entre os fatores apontados estão o custo do petróleo, que é negociado a preços internacionais, a cotação do dólar e o valor do frete. “Os preços podem variar para cima ou para baixo, dependendo das variações”, destacados na empresa.
O economista Edval Landulfo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), explicou que a flutuação no preço do petróleo afeta diretamente o custo do GLP. Ele também apontou que a privatização da refinaria deixou os consumidores baianos mais expostos às variações do mercado. “Com a venda da Acelen, feita pelo governo anterior, os baianos ficaram desprotegidos. A Petrobras tem uma política de amortecer esses impactos no mercado nacional, mas isso não se aplica à Bahia”, afirmou.
Dos nove reajustes realizados pela Acelen em 2024, apenas dois foram de redução, ocorridos nos meses de abril e junho. No início do ano, antes do primeiro aumento, o preço médio do botijão de gás era de R$ 140. Desde então, os consumidores enfrentaram uma escalada nos valores, culminando nos atuais R$ 154.
Com o preço médio elevado, o custo do gás de cozinha é pesado no orçamento das famílias baianas, especialmente para as de menor renda. Muitos recorrem a alternativas como fogões a lenha ou menor consumo de gás para tentar contornar os aumentos.
A expectativa dos consumidores é por mais transparência nos critérios de definição dos preços e por medidas que minimizem os impactos dessas variações no bolso da população. Enquanto isso, o GLP segue como um dos principais itens de preocupação econômica para as famílias da Bahia.