Nesta sexta-feira (3/5), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Brasil celebra a sua subida no ranking de liberdade de imprensa, conquistando a 82ª posição entre 180 países avaliados pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Esse avanço representa a melhor colocação do Brasil nos últimos dez anos, com uma recuperação de 28 posições desde o último relatório divulgado pela RSF.
De acordo com o diretor do escritório da RSF para a América Latina, Artur Romeu, esse resultado reflete uma tendência percebida no último ano, após o término do governo de Jair Bolsonaro. Romeu destaca que o governo anterior exerceu forte pressão sobre o jornalismo de diversas maneiras, com um discurso público crítico em relação à imprensa. Apesar disso, a pontuação brasileira manteve-se praticamente estável, com um pequeno aumento de 0,08 de 2023 para 2024. A ascensão no ranking se deve em parte à queda de outros países, segundo Romeu.
O chefe do escritório da RSF esclarece que a análise do ranking considera uma variedade de indicadores que avaliam as pressões sobre a liberdade de imprensa. Ele ressalta que a subida de posição indica mais uma estabilização do que um progresso significativo, reforçando que é uma estabilidade em relação à perspectiva de melhora que se consolidou.
A pesquisa para o ranking foi realizada nos meses de dezembro e janeiro, com especialistas respondendo a 120 perguntas traduzidas em 26 idiomas. Cada especialista analisa o cenário do seu próprio país, o que contribui para uma visão abrangente da situação da liberdade de imprensa globalmente.
O ranking da RSF, publicado anualmente desde 2002, é uma referência importante para organizações internacionais, como o Banco Mundial, a Unesco e agências de cooperação internacional, para avaliar as garantias necessárias para que os jornalistas possam exercer sua atividade livremente em todo o mundo.
AgênciaBrasil