O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (15/01), que irá concentrar esforços na imunização contra a dengue, priorizando a faixa etária de 6 a 16 anos. A decisão visa conter a propagação da doença e minimizar os impactos, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização.
O país planeja adquirir 5,2 milhões de doses da vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda. Além disso, receberá doações para atingir um quantitativo capaz de vacinar até 3 milhões de pessoas, considerando o esquema de duas doses previsto.
Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), explicou que a escolha da faixa etária se baseia na busca por resultados epidemiológicos otimizados, visando reduzir hospitalizações e mortes. A definição do público-alvo e das localidades prioritárias será feita em colaboração com estados e municípios, durante uma reunião marcada para o final deste mês.
A previsão é iniciar a vacinação em fevereiro, conforme confirmado por Gatti. Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país a disponibilizar o imunizante de forma pública e universal.
A vacina Qdenga, registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é indicada para a prevenção da dengue em pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de histórico anterior da doença.
O anúncio ocorre em meio a uma preocupante alta nos casos de dengue, com o Brasil registrando um recorde de 1.079 mortes pela doença até 27 de dezembro de 2023. A OMS destaca que o país é líder mundial em incidência da doença, contribuindo com metade do total global. Autoridades de saúde já alertaram para a possibilidade de uma epidemia em 2024.