Uma criança identificada como Cauan Araújo Conceição, de 3 anos. morreu por broncopneumonia, causada por um prego no pulmão. Nesta quinta-feira (07/07) a polícia iniciou as investigações afim de descobrir se houve negligência médica nos atendimentos ao menino.
O casal Clarice Araújo e Cosme Conceição relata que, em junho de 2021, percebeu que o filho teria engolido um objeto que não foi identificado. O pai, então, levou a criança até o Hospital Municipal de Canavieiras.
“Naquela noite, eu senti que ele estava engasgado, saiu até sangue da boquinha dele. Aí, imediatamente, eu levei para o hospital, na mesma noite. Chegando lá no hospital, o médico olhou e falou que não tinha nada na garganta da criança. Aí a gente voltou”, contou Cosme.
Depois disso, Cauan foi levado ao hospital várias vezes, sempre com as mesmas dores. Clarice contou que, com o passar do tempo, os sintomas ficaram mais intensos.
“Ele ficava sentindo febre e tossindo demais. De um tempo para cá, a dor foi começando a chegar. Uma dor do lado direito, ele [Cauan] ficava andando torto, de lado. A gente sempre levando no hospital, e ele só davam medicamento. Aí quando o efeito do medicamento passava, a dor e a febre continuavam vindo“, lembrou a mãe do menino.
A penúltima entrada de Cauan no hospital da cidade ocorreu em 27 de junho. A médica que o atendeu disse à família que o paciente estava com sintomas de asma. Assim como nas vezes anteriores em que os pais levaram o menino à unidade, nenhum exame médico foi solicitado.
Após a morte de Cauan, os pais registraram o caso em uma delegacia na capital. A ocorrência foi encaminhada para a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Ilhéus, que investiga o caso.
A família de Cauan alega que procurou o hospital várias vezes dentro de um ano. Porem, a Secretaria de Saúde do Município informou que o primeiro atendimento havia sido em 27 de junho. Depois, a pasta voltou atrás e afirmou que disse que a procura havia sido em março.
A família, que é de trabalhadores rurais, alega que em nem uma das vezes que a criança esteve no hospital, a unidade fez um raio-x na criança. Com isso os pais do garoto acusam o hospital por negligência. Eles precisaram pagar por um exame particular, onde foi identificada a gravidade do problema da criança. Com o exame em mãos, os pais de Cauan retornaram com ele ao hospital na última sexta-feira (27/06), para que o menino fosse regulado. A criança foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, passou por cirurgia, mas não resistiu.
A delegada Katiana Amorim esteve no hospital para checar prontuários e recolher documentos para a investigações. Ela vai ouvir testemunhas para dar seguimento ao caso.